Bactéria de alta resistência interdita oito dos 10 leitos da UTI do Hospital das Clínicas

12/06/2012 18:07

Servidores da unidade que fizeram a denúncia dizem que quatro pessoas teriam morrido infectadas; responsáveis pela UTI dizem que o óbito registrado seria de um paciente em fase terminal

 

Por Marivaldo Silva / Folhaamazonica.com

 

Uma bactéria de alta resistência interditou oito dos 10 leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital das Clínicas. A denúncia é de servidores que informaram que há mais de oitos dias, apenas dois leitos estão liberados para receber pacientes.

Segundo as informações dos funcionários, quatro óbitos teriam sido registrados por infecção hospitalar poucos dias antes da identificação da bactéria. Os funcionários responsáveis pela unidade negaram o fato e afirmaram que a morte seria de um paciente em fase terminal.

De acordo enfermeira Celiane Maria, uma das responsáveis pela UTI, os dois leitos sem suspeita de infecção estariam ocupados. A bactéria seria de secreção traqueal. Quatro casos teriam sido registrados, segundo a médica Fátima Fagundes.

“A gente teve quatro casos de crescimento de uma cultura de secreção traqueal de uma bactéria multirresistente e, naquele momento, nós não tínhamos a solução para limpeza que estava em falta, inclusive no Brasil”, destacou a médica.

A bactéria seria de superfície e com medidas de limpeza comum, não teria como fazer a desinfecção dos leitos. “Achamos melhor parar as internações para fazer uma avaliação melhor e esperar a solução chegar para fazer a limpeza”, enfatiza Fátima Fagundes.

A médica não soube informar sobre a chegada da solução de desinfecção, dando uma previsão, que dentro de dois dias, o material deverá chegar a Rio Branco. O local deverá ficar isolado pelos próximos dias. Os casos mais graves estão sendo atendidos na semi-intensiva.

A UTI, que tem capacidade para receber 10 pacientes poderá sofrer um colapso nos próximos dias. Os médicos alegaram ainda, a falta de recursos suficientes para a demanda da área de saúde. Para os profissionais a área estaria precisando de mais atenção do Governo do Acre.