Candidatos se atrasam para Enem e culpam horário de verão, em Manaus
Por marivaldo Silva//Folhaamazonica.com//Manaus- AM
Demora de ônibus e localização de escolas também foram reclamações.
No Amazonas, portões foram fechados às 11h, horário local, deste sábado.
O fechamento dos portões dos locais que receberam o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), às 11h deste sábado (3), desolou os candidatos que não conseguiram chegar a tempo, em Manaus. Em uma universidade localizada na Zona Sul da capital amazonense o clima foi de decepção.
Pelo segundo ano consecutivo tentando a aprovação no vestibular para o curso de Direito, o assistente admnistrativo Frank Lima, de 34 anos, chegou ao campus da universidade logo após os portões serem fechados. Mesmo assim, ele não conseguiu entrar no local. "Eu estudei bastante e estava me sentindo bem preparado para passar. O que me atrapalhou foi o horário de verão. Eu estava trabalhando agora de manhã e não consegui calcular o tempo certo para chegar. Paciência. Agora é estudar para o ano que vem", disse.
Menos conformado, o estudante Gabriel Gomes, de 19, criticou a organização do Enem e afirmou ter sido prejudicado pelo atraso dos ônibus que passavam pelo bairro Santo Antônio, Zona Oeste. "Eu acho que só tem um ônibus dessa linha. Só isso justifica eu ter esperado uma hora e meia para poder sair de onde eu moro e vir até o local da prova. Todas as pessoas que vinham da Zona Oeste perderam a prova aqui", contou o rapaz, que tentava uma bolsa em uma universidade particular, onde cursaria Arquitetura.
Outra crítica de Gabriel foi em referência aos locais escolhidos para a realização das provas. "A coordenação deveria pensar que nem todo mundo mora perto dessas escolas e nem todo mundo tem carro. Você passa todo esse tempo se preparando e, por causa de outra pessoa, tem que esperar mais um ano para tentar de novo. É revoltante", acrescentou.
Moradora da Glória, também na Zona Oeste de Manaus, Francisca Barbosa, 27, criticou a falta de tolerância no horário para a chegada dos candidatos nos locais de prova. "Não custava nada darem uns 15 minutos a mais para podermos entrar. Além de não termos carro, mal temos dinheiro para a passagem", afirmou.
Francisca, que sonhava com uma vaga no curso de Serviço Social, disse não saber onde faria o exame. "Eu tive que pegar um ônibus até o Centro para vir até aqui. São tantas dificuldades e, quando chegamos, não conseguimos nem fazer a prova. Não tem como não ficar triste", completou.