Em Manaus, Rio Negro vira cenário para Stand Up Paddle

21/10/2012 11:25

Remar sobre prancha atrai adeptos, principalmente as mulheres, e associação já tem 200 praticantes.

 

Por Marivaldo Silva // Folhaamazonica.com Manaus -AM

Jurandir Toledo é fã do esporte, que atrai o interesse das mulheres e gera excursões pelo Rio Negro em ambiente ideal ao esporte.

Manaus - O Stand Up Paddle (SUP), exercício de remar sobre uma prancha, encontrou nas águas escuras e tranquilas do Rio Negro, em Manaus, o ambiente ideal para a prática da modalidade. A conexão com a natureza premia os praticantes com excursões, de curtas e longas distâncias, pelas paisagens turísticas da Floresta Amazônica.

“O ideal de fazer SUP no rio de manhã cedo é porque a água está bem lisinha e calma, sem ondas (de banzeiro) e correnteza para atrapalhar”, explicou o advogado e auditor do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Jurandir Toledo, 46, fã da remada na prancha e um dos pioneiros no Estado.

Jurandir começou a difundir o SUP entre os amigos até criar a associação Amazon Stand Up Paddle, há dois anos, e atrair o interesse de  200 praticantes. “O SUP sempre foi feito para tirar a pessoa da academia. Tendo água, coloca a prancha e rema. Pode fazer em rio, mar, lagoa, igapós e até igarapés”, enumerou.

O primeiro contato de Toledo com o remo sobre a prancha foi no Havaí, arquipélago famoso dos Estados Unidos pelas competições mundiais de surfe e por lançar novas tendências como o SUP. “Em 2009, viajei para a ilha de Maui (um dos cinco condados havaianos) e como sempre quis surfar, mas nunca consegui, me apaixonei pelo SUP de cara por ter semelhanças com o surfe”, disse o advogado.  

Após compensar a frustração do surfe no mar com o Stand Up Paddle, como um hobby, Jurandir importou 12 pranchas próprias para o SUP e iniciou o recrutamento. “Aqui em Manaus estamos quebrando um tabu. Antigamente, o pessoal só queria saber de jet ski, lanchas e windsurf. Tudo está mudando”, constatou.

Cada turma é dividida em nível técnico. O grupo dos iniciantes percorre de três a seis quilômetros pelos rios e lagos, enquanto os intermediários chegam aos seis quilômetros remando. Na equipe dos avançados, formada por mais de 20 remadores, não há limites de quilometragem.

“No último dia 30 de setembro, o grupo dos avançados fez o maior percurso até o momento. Foram19 quilômetroscom quatro horas de duração. Com 11 praticantes, deixamos a Marina Rio Negro, no Tarumã-Açu, e remamos até o Tupé (Reserva de Desenvolvimento Sustentável-RDS)”, disse Toledo.

Os percursos pelos rios da Amazônia são variados para os mais experientes. “Percorremos sobre a prancha muitos cartões postais ecológicos do Estado. Fomos até o Museu do Seringal (Vila Paraíso, na boca do Igarapé São João), Encontro das Águas e a Ponte Rio Negro, por exemplo. Nosso próximo desafio é ir até Anavilhanas (Parque Nacional  onde há 400 ilhas),em Novo Airão. Sãomais de20 quilômetrospelo rio, partindo da Marina Rio Negro”, revelou Jurandir Toledo.

Para atingir o nível avançado, o instrutor calcula, no mínimo, 16 aulas com duas horas e meia. “Para condicionar bem o corpo, não tem outro meio. Tem que remar a longas distâncias”, afirmou Toledo.