Indústria reage contra mudanças que a Prefeitura quer fazer no Plano Diretor

08/06/2012 08:11

De acordo com o presidente da Fieam, os vereadores da CMM devem considerar a opinião das entidades de classe, que contribuem para a sustentabilidade financeira da capital e AM

 

Por Marivaldo Silva/Folhaamazonica.com

[ i ] Além do Plano Diretor, os empresários criticaram a portaria de resíduos sólidos e a cobrança de taxa para poços artesianos.

Manaus - A proposta de revisão do Plano Diretor de Manaus, que chegou à Câmara Municipal no mês passado, foi criticada por empresários da indústria em reunião da diretoria da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), na última quarta-feira. De acordo com o presidente da Fieam, Antonio Silva, os vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) devem considerar a opinião das entidades de classe, que contribuem para a sustentabilidade financeira da capital e do Estado do Amazonas.

“Não vamos ficar calados quanto a esse projeto que não leva em consideração os pleitos da indústria amazonense. As entidades de classe estarão se reunindo para propor um plano que tenha o apoio coletivo da indústria, comércio e da sociedade em geral”, disse Silva.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon-AM), Eduardo Lopes, a primeira proposta sobre o Plano Diretor, discutida no início do ano, teve a participação da indústria nas reuniões com técnicos do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb). “Mandamos sugestões e temos registro deste trabalho conjunto da indústria, que contribuiu com a formatação do Plano Diretor. Porém, devido à falta de audiências necessárias para a validação do projeto, o documento foi refeito e desconsiderou as nossas demandas, prejudicando todo o setor produtivo”, afirmou Lopes.

No final de maio, o presidente da CMM, Isaac Tayah, entregou a Lopes o projeto do Plano Diretor revisado e não constavam as sugestões ponderadas nas discussões e documentos formulados pela indústria.

Lopes informou que a Fieam e os sindicatos patronais já estão se articulando para reivindicar ajustes ao projeto, atendendo aos anseios da indústria e da sociedade como um todo. Os empresários já se mobilizam para tentar convencer os vereadores da importância de “alinhar as decisões políticas com a classe produtora”.

“Marcamos reuniões para a próxima semana com o propósito de definir estratégias e novas sugestões à CMM quanto ao Plano Diretor. Estamos trabalhando com um escritório de arquitetura e um escritório jurídico para nos subsidiar quanto às nossas reivindicações que serão tratadas na Câmara”, explicou Lopes.

Lixo e água
Além do Plano Diretor, os empresários criticaram a portaria de resíduos sólidos e a cobrança de taxa para poços artesianos. Na avaliação do ex-presidente da Fieam José Nasser, as medidas da Prefeitura de Manaus impactam negativamente no desenvolvimento da indústria local.

“Essas decisões afetam os interesses da indústria. Vamos tomar providências, pois não estamos de acordo com as medidas incoerentes da cobrança de tarifas para poços de água e nem com a portaria de resíduos sólidos”, disse Nasser.

A assessoria do presidente do Implurb, Manoel Ribeiro, responsável pelo Plano Diretor, disse que ele só vai falar sobre o assunto na segunda-feira (11).