MAIS UM CRIME AMBIENTAL NOS ARREDORES DO ENCONTRO DAS ÁGUAS

10/06/2012 20:21
Por Marivaldo Silva /Folhaamazonica.com
 
 As ameaças feitas pelo senhor João de Souza Farias aos moradores do Igarapé da Castanheira, nas proximidades da Penitenciária do Puraquequara, na Zona Leste de Manaus, se concretizaram, provocando perdas irreparáveis ao meio ambiente e as comunidades tradicionais que moram nesta região do em torno do Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões.
Os moradores afirmam que o senhor João de Souza Farias vem se identificando como proprietário das terras que ficam à margem do Igarapé da Castanheira. Segundo os moradores ouvidos pelo pesquisador Valter Calheiros, o senhor João Farias atua desde o início da Comunidade Bela Vista com venda de terra e de madeira. Atualmente, no local de sua madeireira, (próxima a Penitenciária do Puraquequara) foi construído um porto, que “parece irregular por não ter nenhuma placa de identificação da obra”.
“Ele tem planos para construir algo na área (indústria de reciclagem), disse que vai limpar tudo e deu um prazo de 10 dias para que os moradores saiam das casas localizadas na margem do lago. Ele está oferecendo R$ 5.000,00 (cinco mil reais), para que os moradores providenciem uma nova casa e abandone o lugar”, é o que informam os moradores que não querem se identificar devido às ameaças sofridas.
“Com o diabo no couro”, aproveitando o feriado de Corpus Christi, João Farias jogou o trator na área e começou a devastar a área, expulsando os moradores e devastando a floresta que ainda estava de pé nesta região.
Nesta manhã (10), o pesquisador do Movimento S.O.S. Encontro das Águas esteve no lugar documentando tudo e ouvindo a população local. Imediatamente, entrou em contato com outras lideranças na busca de se comunicar com o Ministério Público Estadual, o Batalhão Ambiental (3214-8904), que não atendia as ligações, a própria polícia e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Pretende-se com isso, ampliar em rede esta denúncia para assegurar os direitos dos ribeirinhos e a vida da floresta que circunda o Lago do Aleixo e o cartão postal do Amazonas que é o Encontro das Águas.