O nível do rio Negro chegou a 28,10m, nesta segunda-feira (9), faltando apenas 1,67m para atingir a cota história registrada em 2009, quando o rio marcou 29,77m. Por causa da rapidez em que o nível rio Negro vem subindo, o coordenador da Defesa Civil de Manaus, coronel Ari Renato, afirmou que a Prefeitura de Manaus deverá decretar situação de emergência, pois a estimativa é que cheia afete mais de 20 mil pessoas.
De acordo com ele, a situação de emergência poderá ser decretada no início de maio, quando o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) emitir, no dia 31 deste mês, o segundo alerta de cheia para autoridades ligadas à saúde pública e Defesa Civil. "Nós torcemos para que isso não ocorra, porém, o Rio Negro está subindo rapidamente. As chances de haver o decreto de situação de emergência são 90%", disse.
(Foto: Divulgação/Subcomadec)
Em 2009, durante a cheia histórica, a Prefeitura decretou situação de emergência e agilizou o atendimento às famílias afetadas, que tiveram suas casas inundadas. Com ajuda de recursos federais, foram doados centenas de kits de madeira (que ajudaram as famílias a substituírem a madeira das casas estragada pela água parada por novas) e cartões com auxílio financeiro. Na época, dez mil metros quadrados de pontes de madeira foram construídos para manter a acessibilidade das pessoas.
Segundo Ari, as áreas próximas aos igarapés do São Raimundo e Educandos, nas Zonas Oeste e Sul, como Bariri, Beco da Bomba e Sulamérica, serão as mais afetadas pela cheia. "Fizemos o alerta às famílias para que elevem o assoalho de suas casas. Algumas áreas já estão parcialmente alagadas", afirmou.
Cheia histórica
Entre sexta-feira (6) e domingo (8), o nível do Rio Negro subiu 21cm. O superintendente do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Marco Antônio Oliveira, não descartou a possibilidade de que a cheia deste ano supere a histórica de 2009.
Marco explicou que o volume de água acima do normal no Rio Negro está associado à intensidade de chuvas na Cordilheira dos Andes e no início da calha do Rio Negro, além do represamento das águas provocadas pela cheia do Rio Solimões. Situação semelhante já foi registrada em 1976. "Ainda teremos dois meses de chuvas e, provavelmente, de subida do Rio Negro", alertou.
