Rodoviários confirmam paralisação parcial e 'catraca livre' nesta quarta-feira

19/02/2013 19:34

Decisão foi tomada após reunião na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego entre rodoviários e empresas. Ideia era chegar a um consenso, o que não ocorreu.

Por Marivaldo Silva / Folhaamazonica.com

Sindicato promete deixar 480 ônibus dentro das garagens

Manaus - O Sindicato dos Rodoviários do Amazonas confirmou, na tarde de hoje, que fará uma paralisação parcial a partir das 4h desta quarta-feira (20). A decisão foi tomada após uma reunião entre os representantes da categoria e a direção do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Manaus (Sinetram), realizada na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).

Na reunião, ficou decidido que 30% da frota total dos ônibus de Manaus – 480 veículos – vão ficar na garagem, sem atender à população. O restante da  frota – 1120 coletivos – vai atender normalmente a população, porém com ‘catraca livre’, ou seja, os usuários não vão pagar para utilizar o transporte público.

O principal motivo para a paralisação, de acordo com os rodoviários, é a manutenção de uma convenção coletiva que, segundo eles, não representa a categoria, pois foi assinada pelo antigo presidente do Sindicato, que foi destituído do cargo. De acordo com os representantes do sindicato na reunião, Josildo Oliveira e Givancir Macedo, a convenção já está transcorrendo há oito meses e até agora não foi suspensa.

O superintendente regional do Trabalho e Emprego, Dermílson Chagas, informou que o ideal era que os rodoviários esperassem o julgamento do pedido de suspensão da convenção, que acontece justamente nesta quarta-feira, para a partir daí tomarem alguma decisão sobre a paralisação.

Os rodoviários, porém, exigiam que o Sinetram suspendesse, ainda nesta terça-feira, a convenção, proposta que não foi aceita pelo sindicato patronal.

Além da suspensão da convenção coletiva, os rodoviários reclamam, também, que o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) não está sendo depositado na conta dos funcionários e que atestados médicos, em caso de faltas, não estão sendo aceitos pela direção das empresas. Os rodoviários, no entanto, não detalharam que empresas, especificamente, estão cometendo tais irregularidades.  

Negociações

O titular da Superintendência Municipal Trânsito (SMTU) e do Instituto de Fiscalização e Engenharia do Trânsito (Manaustrans), Pedro Carvalho, afirmou que o primeiro passo é tentar reverter a situação por meio de negociações e assegurar que a greve siga o que está na lei, além de assegurar o direito dos trabalhadores que não quiseram aderir ao movimento. 

Carvalho ainda classificou a paralisação como imprudente devido a decisão dos rodoviários de não esperarem a decisão do Tribunal Regional do Trabalho sobre a suspensão da convenção coletiva.  

“O certo seria esperar a decisão porque, se for favorável aos rodoviários, os empresários terão de acatar a justiça de qualquer jeito. Acredito que a paralisação deseja pressionar a justiça para decidir a favor deles”, declarou.