Violência na política em municípios do Amazonas preocupa promotores

14/04/2012 23:12

Olha a que ponto chegamos políticos andam escoltados por medo de adversários e promotor Fábio Monteiro, do combate ao crime organizado, disse que o município de Coari está em 'clima de faroeste'.

[ i ] Promotor Fábio Monteiro atribui o clima tenso nos municípios à disputa eleitoral
 
Por Marivaldo Silva
 
 

O chefe do Centro de Apoio e Combate ao Crime Organizado (CAO-Crimo), promotor Fábio Monteiro, disse que Coari está “em clima de faroeste”. Segundo ele o prefeito Arnaldo Mitouso (PMN), o vice Railson Torres (PPS) e os secretários do município estão circulando pela cidade escoltados por  seguranças armados. Outros municípios, como Jutaí, também estão em situação delicada. A promotora de Jutaí está andando sob escolta policial, segundo o promotor.    
 
Monteiro explicou que por conta das frequentes denúncias e a acirrada briga política entre o presidente da Câmara Municipal de Coari (CMC), Iran Medeiros , e o prefeito do município, a cidade está em clima de guerra. “São coisas que você não vê nem aqui em Manaus, como secretário andando escoltado por segurança”, disse. Monteiro disse que chegou a encontrar o ex-prefeito do município Adail Pinheiro no aeroporto de Coari e ele também estava acompanhado por  seguranças.

No final do ano passado o promotor da Comarca do Município, Felipe Fish, disse que não poderia passar informações porque o clima estava “tenso” no município e que contava com ajuda de policiais militares, que são colegas dele, para sua segurança no município. Questionado se era algum tipo de escolta, o promotor  disse que não.   
Monteiro esteve em Coari nas duas últimas semanas de março, acompanhado da Polícia Federal (PF) e técnicos do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Durante a visita, ele constatou várias irregularidades no município.

Escolta à promotora

Fábio Monteiro informou que solicitou escolta temporária para a nova promotora da Comarca de Jutaí, Sarah Clarissa Cruz Leão. Sem entrar em detalhes, ele explicou que por conta da operação Solimões Livres, realizada  pela Polícia Civil e que prendeu uma quadrilha especializada em roubo de veículos, no mês passado, a cidade ainda está passando por investigações e preferiu garantir a segurança da promotora. Ele pediu que a Polícia Militar acompanhasse Sarah Leão até que o “ambiente na cidade esteja mais seguro”. Monteiro  informou  que pretende ir a Jutaí ainda este ano.